GUERREIRA MISTICA
TE AMAR É QUANDO SONHO ALÉM DOS MEUS DESEJOS
E EU NÃO DEI VALOR
NUNCA TE DEIXARIE PARTIR AMOR
Eu não poderia estar mais errada
Em deixar você ir para longe de mim
Eu me arrependerei disto
Enquanto eu viver
Mas agora que passei a ver melhor as coisas
Tudo que eu quero fazer é acertar
Então só diga a palavra
E me diga que estou perdoada
Você e eu
Seremos melhores do que fomos antes
Eu te amei naquela época, mas agora eu pretendo
me abrir e te amar cada vez mais
Desta vez você pode ter certeza
Eu nunca te deixarei partir
Eu vou te prender em meus braços para sempre
Vou tentar te compensar por todas às vezes
Que eu te magoei
Vou abraçar o seu corpo junto ao meu
A partir deste dia, nós estaremos juntos
Eu juro que desta vez
Eu nunca te deixarei partir
Olhando para trás agora
Parece tão claro
Eu tinha tudo quando você estava aqui
Você deu tudo
E eu não dei valor
Mas se há algum sentimento ainda em você
Alguma centelha de amor
Que ainda brilha
Vamos conversar
Vamos conversar sobre segundas chances
Espere e veja
Vai ser mais doce do que foi antes
Eu dei um pouco naquela época, mas agora eu pretendo
Dedicar-me a dar muito mais
Desta vez você pode ter certeza
Se você apenas disser
Que me quer também
TE AMO
Não te quero, mas Eu sei que te preciso
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário
os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.
Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol,
você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD,
você adora brigar com ela e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente.
Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman,
mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música,
tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática:
eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso.
Pedir é a maneira mais eficaz de merecer.
É a contingência maior de quem precisa.
QUANDO O CORAÇÃO DÓI
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.
Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno.
Não saber mais se ela continua clareando o cabelo.
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês,
se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros,
se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi,
se ele continua sorrindo, se ela continua dançando,
se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber.
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
não saber como frear as lágrimas diante de uma música,
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber.
Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro,
se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama,
e ainda assim, doer.